Sempre existiu o fenômeno da procrastinação. É a arte de adiar as responsabilidades, principalmente quando a pilha de papéis em cima da mesa começa a cair, quando os “horários” não costumam mais ajudar, quando o teu chefe começa a reclamar, quando o seu almoço é em cima da mesa do escritório, ou até mesmo quando as multas começam a proliferar em sua caixa de entrada, com as suas ‘correrias’ para fazer tudo o que deseja.
Não adianta se debater. O primeiro culpado de tudo começa a ser o tempo. A reclamação mais comum é a quantidade de horar ao dia; Deus começa a figurar na lista de culpados. Mais que isso: as redes sociais, tão importantes para aproximar pessoas, divulgar ideias, propagandear a companhia, são uma das primeiras a serem colocadas no banco dos réus. Mas será mesmo que elas são dignas de condenação?
Quando não é a própria pessoa que desativa o Whatsapp e o Instagram, acaba sendo a própria empresa que coloca limites e estipula regras que, ou monitoram os sites acessados, ou não permitem o uso de celular. Acredito que realmente existam setores em que o uso do celular não faz sentido. Mas, de forma geral, não há razão para tanto.
Na grande maioria, o que falta não são regras mais rígidas. Falta mais vontade de trabalhar; falta mais estímulo de ganhos; falta mais meritocracia. E se, em vez de proibir as redes sociais, as empresas melhorassem seus processos, criassem metodologias diferentes, fomentassem e diversificassem as metas de trabalho, e premiassem aqueles que as atingissem?
Será que o vilão é o celular, o Facebook e/ou Whatsapp? Ou será que o aplicativo que faz qualquer foco desmoronar, na verdade é o ser humano? Transferir a responsabilidade de algo corriqueiro. Mas, vamos com calma. E se, em vez de controlar os meios sociais, as pessoas controlassem mais sua ansiedade? Sim, aquela ansiedade que faz você acessar várias vezes o seu e-mail, desnecessariamente (há exceções), num período de poucos minutos.
Em suma: a ansiedade que o faz ir à sala de café 2 vezes por hora; a falta de planejamento, que não te dá a condição de criar um check-list com as tarefas mais importantes do dia; a falta de estímulo, que não permite focar nos processos e atividades que você precisa, porque na verdade não se enxerga ganhando muita coisa com isso.
Eu não acredito em vilões. Não acredito que as redes sociais sejam traidoras nem patriotas. Elas não merecem ser alçadas à condição de heroínas e nem de culpadas. As redes sociais são meios, meios de comunicação com o próximo. E esse meios, como Facebook e Whatsapp, podem ser usados a seu favor. O vilão principal ainda é: o ser humano. Sim, não todos, mas aqueles que não têm planejamento e nem disciplina suficiente para usufruir das tecnologias, sem se deixar viciar por elas.
Autor: Gerson Christianini